jueves, mayo 08, 2008



O COR DA PALAVRA EM ROSALIA DE CASTRO





( Traducción al gallego de la Ponencia de Conchita Ferrando de la Lama)


Publicado por la Casa de Galicia en Buenos Aires




A palavra é som, e como tal, emissorn de ondas susceptivels
de ser medidas e representadas graficamente a cores.


Um experimento, felto anos há com espectiógrafo na Universidade de
Harvard, demonstrou, usando o silvo düa locornotiva, que tanto
mais rápido se aproxima o silvo mais agudo e intenso é, os tons
registados n espectrógrafo eram mais intensamente azuis, e conforme
se alongava se debilitava o som, a cor derivava para vermellio.


O uso intuitivo desta propriedade sempre foi natural nos
. grandes poetas de Hornero aos nossos dias, aproveitandoo potencial
implícito na palavra para actuar como alavanca de Ímaginaçom,criando sensaçones e imagens e funcionando como onda
de som ao ser declamada, mesino lida ou escrita, em sendo recojhida



polo cérebro do leitor como energia estimulante.


No caso da escritora e poeta Rosalia de Castro, inovadora
do ritmo métrico no seu tempo, pode ser duplameme significativo,


pois que a expressom literária lhe estivo fortemente influida
poI a cadencia da fala da terra natal galega.


Rosalia, como todo humano, foi ela e as suas circunsrancias;
porisso é que externou em cada linha da obra todo aquilo
que a alma lhe internara desde o berco:


paisagens, vozes, coitas,alegrias, odores e sabores

que a rodearom e conferem tom el sua obra.


Neste trabalho, tentarei descobrir
a corda palavra na poesia de Rosalia de Castro, recorrendo ao.
siguinte processo: palavra-som-energia-estimulo-ímagem da
imaginaçon.


Recorramos as palavras do próprio marido de Rosalia,
o escritor, historiador e arquiveiro Manuel Martínez Murguia,
escritas como epitáfio na morte:


"Os amigos bardos uniam aodom da poesía o da música.

Ninguém dirá que Rosalia tenha feito outro tanto,

mas eu assevero que de ter querido fora-Ihe fácil.

Era um temperamento de todo musical.

De ter tido na educaçom adequada, teria sido grande compositora,

como foi grande poeta.


A tal condiçom deveu, sem dúvida, que obedecendo
só a cadencia, que era nela faculdade dominante, tenha
sido a primeira em Espanha a romper com a métrica usual de seu tempo... "



"Üa sombra tristissíma, indefiníveL vaga
como a íncerteza sempre ante os meus olhos vai
trás outra vaga sombra, que sem cessar a foge,
correndo sem cessar.
Ignoro o seu destino;... mas nom sei por que temo
ao ver-lhe a ansía mortal,
que nem pararám nunca, nem se acharám jamaís.



(poema 39 de [Nas ribas do Sar]
de Rosalia de Castro)



É justo esta un1om de faculdades o que distingue a poesia de Rosalía.


Nom é de estranhar que, unidos no seu amago de
sensibilidade é criatívidade literárias 'a cor do som" e "o som da.
cor", saíssem perfeitamente harmonizados na ruptura do rígido
ritmo imperante e a languidecer naquele tempo, lançando na raiola
a todos os escritores do Romantismo espanhol, cuja expressom se
baseava no estalo da paixom sensitiva. .


Os poemas de Rosalia surpreenderom primeiro pola
ruptura do ritmo, mas logo forom incorporados, criando novos
contrapomtos e figuras coloristas literárias, que a alguns coetaneos
lhes valerom exitos tam assinalados qual as Rimas a Gustavo
Adolfo Becquer, abrindose üa nova expressom poética que chegou
aos nossos dias.


A influencia do "estilo de Bretanha", que
estenderia por toda Qaliza e Portugal o ideal do "amor doloroso",
lírico e tristc, tam diferente do estilo épico,seco e
tonurado po las constantes luitas guerreiras,

que imperava em Castela.


Diz-que Galiza canta e Caste!a canta..


Isso nom é mais que o natural sequela da genese

dos respectivos espíritos, segundo o papel hostórico-geográfico

que ihes coubo vivera cada ua.


A morrinha que acompanha qualquer galego durante toda a vida,
sobretodo quando se alonga do torrom, ficcu esculpida na palavra
de Rosalia, matizada em tons dc névoa, crescida dessa finíssima
chuiva da terra calaica. com todas as cores da agua contidas nela:
gris anuviado, verde-rio, azul-mar, branca fonte...


água e toda a sua gama de cores.

A negra e tristÍssima sombra será mais algo do que
f¡gura metafórica em Rosalia de Castro,


E o mesmo senido filosófico da vida dos galegos.

O fio condutor des tons matizados da palavra

da aurora levarnos-á,polo seu Labirinto de tons suaves
de souto sob o orvalho, atravessando Padrom, pola Via romana da
veIha Íria Flávia, até a mágica luz do Campo da Estrela que evoca
o milagre do Apóstolo, flutuando em rios que unem e afastam...

a UIha, o Sar, ... nüa terra que pressente o mar.


Terra de jograis e poetas, de pasos brasonados que forom e nom

som, terra de olvidos seculares.





Rosalia morreu em juIho de 1885 na sua casa da Matança,
mas a inspiraciom nasceu-!he das pedras do pazo da Retém,
propriedade da familia Castro, a que pertencia a mai, que nom
conheceu nos primeiros anos de vida por ser filhanatural, e que
foi duplamente querida por ela quando a tivo próxima, deixando
sua morte üamágoa que perpassa em cheio sua obra.


A palavra foi áncora que fixou a sombra errante da existencia de Rosalia,


com esse toque essencial do que pinta criatívamente


ouvindo a sua imaginaçom



"Diz-que nom falam as plantas. nem as¡ontes nem os
páxaros/nem o onda com seus rumores, nem com seus brilhos
os astros:/ diram. pero nom é certo, pois sempre quando ali
passo/ de mim murmuram e excIamam: - Lá vai a tola, sonhando..."






Texto de Conchita Ferrando de la Lama


(Publicado )














2 comentarios:

Anónimo dijo...

Eu amo este post - totalmente kewl! Bem feito! Eu estou voltando para esse ...

JALOQUE dijo...

Muchas gracias Anónimo.
Espero verle más veces por este Blog, que procuro dotar de Post agradables y bien documentados.
BIENVENIDO

Jaloque